quarta-feira, 6 de junho de 2012

Em 1823, já havia ambientalista com discurso bem autal.

O texto abaixo esta no Livro Um Sopro de Destruição de José de Augusto de Pádua, no qual ele analisa a critiva ambiental até 1888. 


Uma pequena homenagem a SEMANA DO MEIO AMBIENTE.

A Natureza fez tudo a nosso favor, nós, porém, pouco ou nada temos feito a
favor da Natureza. Nossas terras estão ermas, e as poucas que temos roteado são
mal cultivadas, porque o são por braços indolentes e forçados. Nossas numerosas
minas, por falta de trabalhadores ativos e instruídos, estão desconhecidas ou
mal aproveitadas. Nossas preciosas matas vão desaparecendo, vítima do fogo e do
machado destruidor da ignorância e do egoísmo. Nossos montes e encostas vão-se
escalvando diariamente, e com o andar do tempo faltarão as chuvas fecundantes
que favoreçam a vegetação e alimentem nossas fontes e rios, sem o que o nosso
belo Brasil, em menos de dois séculos, ficará reduzido aos páramos e desertos
áridos da Líbia. Virá então este dia (dia terrível e fatal), em que a ultrajada
natureza se ache vingada de tantos erros e crimes cometidos.
José Bonifácio de Andrade e Silva,
 
Representação à Assembléia Constituinte e Legislativa do Império do Brasil
sobre a escravatura, 1823.